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Giro d’Itália

O Giro d’Italia (em português Volta à Itália ou Volta da Itália) é uma competição ciclista por etapas de três semanas de duração, disputada no mês de maio em Itália com um percurso diferente a cada ano. Em ocasiões também se disputa alguma etapa nos países vizinhos. É uma das três Grandes Voltas, a segunda em aparecer historicamente. Deixou de fazer parte do UCI ProTour, como as outras duas grandes voltas, para posteriormente se integrar no UCI World Ranking e UCI WorldTour.

O primeiro Giro de Itália começou a 13 de maio de 1909 em Milão com um total de 8 etapas e 2 448 quilómetros.

Três ciclistas compartilham o recorde de vitórias nesta competição com cinco triunfos: Alfredo Binda (entre 1925 e 1933), Fausto Coppi (entre 1940 e 1953) e Eddy Merckx (entre 1968 e 1974).

O corredor com maior número de vitórias de etapas é Mario Cipollini, que na edição de 2003, superou o recorde de 41 vitórias que possuía Alfredo Binda desde os anos trinta.

As origens

Ao igual que o Tour de France com o jornal L’Auto, a criação do Giro de Itália está unida a um jornal desportivo, La Gazzetta dello Sport.

A rivalidade com outro jornal italiano (o Corriere della Sera) que organizava o Giro da Itália em Automóvel e planeava organizar um Giro da Itália em bicicleta, levaram ao jornalista Tullio Morgagni a propor ao seu director Eugenio Camillo Costamagna a criação de uma corrida ciclista por etapas se inspirando no Tour de France. A Gazzetta, previamente já tinha começado a organizar corridas ciclistas como o Giro di Lombardia em 1905 e a Milão-Sanremo em 1907.

A 7 de agosto de 1908, com a liderança de Eugenio Camillo Costamagna, Armando Cougnet e Tullio Morgagni, o jornal anunciou o nascimento do Giro da Itália, cuja primeira edição seria em 1909, antecipando-se ao Corriere della Sera.

Primeira edição

Com a participação de 127 corredores, a 13 de maio de 1909 às 2h53 se largou a primeira edição na praça de Loreto em Milão rumo a Bolonha. Foram 8 etapas para um total de 2 448 quilómetros, correndo-se uma etapa a cada dois ou três dias, já que La Gazzetta dello Sport era uma publicação trissemanal. O regulamento utilizado foi o mesmo que se usava na Volta a França, com uma classificação por pontos segundo a ordem de chegada nas etapas e não uma classificação por tempos. Quarenta e nove ciclistas conseguiram completar o percurso e o vencedor dessa primeira edição foi Luigi Ganna que somou 27 pontos. O seu grande rival Giovanni Rossignoli, finalizou terceiro com 40 pontos, mas se tivesse tomado em conta os tempos, Rossignoli teria vencido por mais de 37 minutos.

Antes da I Guerra Mundial

As primeiras edições foram sofrendo várias modificações: as etapas variaram de oito a doze, em 1911 a corrida começou e terminou em Roma, em 1912 correu-se por equipas e em 1914 deixou-se de usar o sistema de pontos para passar à classificação por tempo.

Carlo Galetti foi o primeiro a vencer duas vezes a corrida (1910 e 1911). Em 1912, Galletti foi quem menos tempo investiu em realizar o percurso, mas como se correu em forma de equipas, ganhou a equipa Atala (do qual era integrante), no que poderia ter sido a sua terceira vitória.

Em 1913, a Volta a França passou a utilizar a classificação por tempos. O Giro fez o mesmo um ano depois, em 1914, a última edição antes da suspensão devida à Primeira Guerra Mundial. Alfonso Calzolari foi o vencedor dessa edição, superando por quase duas horas ao segundo.

A era Binda

Depois da guerra, em 1919 voltou a disputa da corrida. O piemontes Costante Girardengo obteve a vitória em sete das dez etapas, conseguindo o primeiro dos seus dois Giros (em 1923 repetiu a vitória e ganhou oito etapas). Nessa edição de 1919 produziu-se o primeiro pódio estrangeiro com o belga Marcel Buysse que finalizou terceiro. Giovanni Brunero foi outro dos destacados da década de 1920, ao ganhar três Giros (1921, 1922 e 1926). Um facto particular e inédito até o dia de hoje, ocorreu em 1924 quando participou uma mulher, Alfonsina Strada. Numa época em que não estava bem visto que uma mulher competisse, Strada tinha corrido o Giro di Lombardia em 1917 e 1918 e em 1924 inscreveu-se no Giro. Ainda que não figurou nas primeiras posições, também não estava entre as últimas, até à oitava etapa quando foi desclassificada por chegar fora de tempo, ainda que se especulou que ante as críticas que se fizeram, a organização decidiu a tirar da corrida. Igualmente, permitiram-lhe seguir em corrida mas sem tempo e chegou ao final em Milão.

Na década de 1920 viram surgir a um dos maiores ciclistas de todos os tempos, Alfredo Binda, quem ganhou cinco Giros; 1925, 1927, 1928, 1929 e 1933. Ao todo conseguiu 41 vitórias de etapa, ganhando 12 das 15 em 1927 e 8 consecutivas em 1929. A supremacia de Binda era tal que a La Gazzetta dello Sport em 1930 lhe pagou 22 500 liras para que não corresse o Giro, com o fim de manter o interesse da corrida.

A maglia rosa

Armando Cougnet, director do Giro, decidiu em 1931 outorgar um símbolo que fizesse reconhecível a simples vista ao líder da corrida. Assim nasceu a maglia rosa, tomando a cor das páginas da La Gazzetta dello Sport. O primeiro maglia rosa foi Learco Guerra, vencedor da primeira etapa do Giro 1931 entre Milão e Mântua. Em 1933, fizeram-se-lhe à corrida algumas modificações: pela primeira vez correu-se uma etapa contrarrelógio entre Bolonha e Ferrara e também coincidindo com a primeira incursão pelos Alpes começou-se a disputar o Grande Prêmio da montanha.

Anos recentes

No período 1997-2007, duas vitórias para Ivan Gotti, duas de Gilberto Simoni, duas de Paolo Savoldelli, mais os triunfos de Garzelli, Cunego, Basso e Di Luca, marcaram a hegemonia italiana que não se dava desde que o primeiro estrangeiro ganhou em 1950. O ciclo italiano foi cortado por Alberto Contador em 2008.

Em 2003, no caso desportivo de Cipollini fez aparecimento outro sprinter italiano, Alessandro Petacchi. Petacchi ganhou seis etapas em 2003 e em 2004 nove.

Denis Menchov em 2009 foi o terceiro russo a ganhar a corrida e em 2010 Basso ganhou o seu segundo Giro. Contador ganhou o seu segundo Giro na estrada em 2011, mas perdeu-o nos escritórios do TAS depois da sanção pelo caso Contador e a vitória final foi para Michele Scarponi.

A edição de 2012 foi para Ryder Hesjedal, primeiro canadiano e segundo ciclista do outro lado do Atlántico a ganhar o Giro.

Em 2013 o italiano Vincenzo Nibali ganha o seu primeiro giro após dois pódios anteriormente (2º e 3º respectivamente).

Em 2014 o colombiano Nairo Quintana, na sua primeira participação na corrida, proclamou-se como o primeiro latino americano em ser campeão do Giro, sendo também o melhor jovem da corrida. Nesse mesmo ano o também colombiano Rigoberto Urán resultou sub-campeão do Giro pela segunda vez consecutiva.

Em 2015 o experimentado Alberto Contador ganha o seu segundo giro ante uma jovem promessa do ciclismo italiano Fabio Aru.

Vincenzo Nibali fez-se com o seu segundo triunfo na ronda italiana do 2016, numa edição de grande dureza na alta montanha.

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